Índice

Estamos falando sobre a falta de paridade na política. Os poucos especialistas convidados para os aparelhos de TV. Ou mesmo lacunas na representação das mulheres na gramática francesa. Sobre a apropriação da rua pelo gênero masculino.

Todos os sintomas da invisibilização das mulheres no espaço público, ao qual parecemos não pertencer.

Mas falamos menos sobre imagens, sobre as poucas mulheres nas manchetes ou em suas páginas.

Invisibilidade da mulher: no Twitter, internauta faz as contas

É o que um leitor do jornal Le Temps, da Suíça, quis destacar.

Desde 3 de julho, ela tem noticiado regularmente sobre a representação (ou sub-representação) de mulheres na iconografia do jornal suíço Le Temps.

A iconografia hoje @letemps 20 figuras masculinas, 15 figuras femininas. Graças às fotos da Senhora Lenin e suas filhas!

- Mov Movmov (@MauveMov) 3 de julho de 2021

E desde 4 de agosto, ela tornou um visual recorrente em sua conta do Twitter:

Iconografia @letemps hoje: 18 figuras masculinas, 10 figuras femininas #invisibilisation Lacuna criada por comunicação política foto pic.twitter.com/FHxd8chF3a

- Mov Movmov (@MauveMov) 4 de agosto de 2021

Uma contagem que muitas vezes fere o feminismo, com figuras por vezes edificantes como esta, que data de 23 de novembro.

#iconography @letemps 17 figuras masculinas, 5 figuras femininas #invisibilisation pic.twitter.com/y3Bepryt7a

- Mov Movmov (@MauveMov) 23 de novembro de 2021

Invisibilização da mulher: o tempo se questiona

Esta observação, quase diária durante vários meses, fez refletir o jornal em questão, que decidiu fazer um balanço.

“Longe de serem gloriosos, os resultados encorajam a introspecção”, apresenta o artigo.

A jornalista autora do jornal contatou Mauve Serra, dona da famosa conta no Twitter, para entender sua abordagem.

“Le Temps é um jornal sério e de qualidade”, diz ela. Como outras mídias, no entanto reproduz preconceitos discriminatórios , sempre convidando mais homens do que mulheres em suas páginas. (…)

Como reflexo da sociedade, tem não só o valor de testemunho, mas também de representação. Legitimamos o que existe. E quando você não faz isso, “torna-o invisível”. "

Não devemos considerar apenas o número de aparições de mulheres nas páginas, mas também as posturas em que são apresentadas continua Mauve Serra.

“Na página de cultura, costumamos mostrar a“ mulher decorativa ”. Como se, depois de uma página dupla econômica cheia de pessoas de cinquenta anos de terno e gravata, precisássemos mudar de ideia. "

Como representar as mulheres quando os assuntos tratam dos homens?

Se a escolha das imagens pode ser questionada, o gerente de iconografia do jornal gostaria de ressaltar que dependendo dos assuntos pode ser complicado destacar as mulheres:

Dificilmente se pode colocar imagens de mulheres quando os artigos são sobre homens. Nos casos em que há escolha, procuramos favorecê-los, mas sem cair no excesso contrário. A qualidade da imagem é fundamental. "

Como o quê, ainda há progresso a ser feito. E se Le Temps faz sua autocrítica, outros poderiam considerá-la por exemplo, como ilustrado por este tweet sobre Le Parisien, com uma contagem edificante.

PERÍODO DE FÉRIAS! @le_Parisien iconografia figuras: 83masculines, 18féminines #invisibilisation Ostente este álibi para excluir. CC @letemps ♡ pic.twitter.com/lzXxxQO1k3

- Mov Movmov (@MauveMov) 26 de agosto de 2021

Leia o artigo completo no Le Temps

Publicações Populares