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Felix Van Groeningen sabe como mover seu público. Mesmo quando ele modela uma comédia, o trágico está sempre lá atrás, esperando.

Após o grande sucesso de seu drama Alabama Monroe, o cineasta, por exemplo, produziu Belgica, que sob seus ares de rock um tanto peculiares, relações humanas finamente exploradas, a ponto de lentamente mergulhar a história na violência e no drama.

Este ano, seu novo filme se livra completamente de qualquer vestimenta divertida e quer ser imediatamente sério, como o assunto que aborda.

Meu lindo menino, do que se trata?

Uma família burguesa a priori, longe de qualquer preocupação econômica, deve enfrentar uma tragédia.

Nic, o filho mais velho de David Sheff, um dia cai nas drogas pesadas. É o início da descida ao inferno.

Cada vez que ele sai da cura, todos acreditam na sua recuperação, ele primeiro. Mas ele sempre mergulha novamente, arrastando seus pais, sua madrasta e seus irmãos e irmãs em sua queda.

Seu pai só vive para tirar seu filho desse passado doloroso. Para Nic, David está pronto para tudo, e até mesmo para sacrificar seu relacionamento com sua esposa e filhos mais novos.

Ele oferece o filho para ir morar com ele, paga curas caras, contata jornais, entrevista especialistas, compra passagens de avião para buscá-lo no outro lado do país, em um bar decadente.

Essa devoção é tão comovente que acabamos sentindo tanto por David quanto por Nic.

My Beautiful Boy, adaptado de uma história real

My Beautiful Boy tem um ar de testemunho. Nada mais normal: é fielmente inspirado por uma história verdadeira.

A do verdadeiro David Sheff, que em 2005 escreveu um artigo intitulado My Addicted Son para a New York Times Magazine, no qual descreve a luta de seu filho contra o vício.

David Sheff também escreveu um livro explicando sua própria jornada pelo inferno e toda a ajuda que deu a seu filho.

Paralelamente, o próprio Nicolas escreveu suas memórias, Tweak, nas quais dá os detalhes de sua provação, que durou não menos que 10 anos.

Os dois livros foram lançados ao mesmo tempo.

Esses dois testemunhos em forma de livro, de Felix Van Groeningen, acostumado a moldar um cinema social impactante, transformou-os em um filme que clama por sinceridade.

My Beautiful Boy, um filme muito comovente

My Beautiful Boy dura duas horas. Duas horas durante as quais escondi o rosto nas mãos para que os vizinhos não me vissem soluçar.

E então, finalmente, assoei o nariz na manga do casaco e meu vizinho, em lágrimas, me deu um lenço. Afinal, jornalista especializado em cinema tem coração!

No final, dezenas de fungadas pontuaram os créditos do filme.

É muito difícil não se deixar tocar pela dor da história, por sua dimensão hiper real.

A dupla formada por Steve Carell e Timothée Chalamet é tão convincente que eu gostaria de passar minha vida vendo eles jogarem na tela grande.

Os dois atores demonstram mais uma vez que não são apenas atores de comédia e que o drama também lhes convém.

A força, sem dúvida, dos grandes do cinema ...

My Beautiful Boy é um filme de partir o coração, mas didático, que aconselho a assistir a partir do dia 6 de fevereiro no cinema.

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